domingo, 26 de setembro de 2010

Uma linda Primavera em Buenos Aires

Chegou a Primavera. No Brasil não dá pra perceber muito a chegada dela, pois a temperatura aqui oscila todos os dias e parece até que passamos por todas as estações em um só dia. Mas a estação mais florida do ano é bem mais especial em Buenos Aires. Depois de um inverno rigoroso, as pessoas ficam mais felizes e animadas com os dias um pouco mais quentes e agradáveis, além de que a cidade fica bem mais bonita com a presença das flores.

Não há como falar em Primavera e não pensar em Buenos Aires. Lembro-me das vezes que fui com os colegas de trabalho, na hora do almoço, fazer pic nic no parque em Puerto Madero. Levávamos comidas leves, como sanduíches e saladas, e uma manta para colocar sobre a grama. Uma delícia passar, pelo menos durante uma hora e meia, momentos tão agradáveis.

Mas outras lembranças, queira eu ou não, povoam minha cabeça nessa época... Há dois anos, em 21 de setembro de 2008, um sábado à noite, fiquei de levar amigas brasileiras que estavam passando uns dias em BA para passear na noite porteña. Marquei com um amigo do trabalho, o Pablo, e pedi a ele que levasse outros amigos. Estava tudo armado. Íamos nos divertir a valer e mostrar a night para as minhas visitantes. Mas elas resolveram que estavam cansadas e não quiseram ir. Bom, desisto e aviso ao Pablo que não vamos? Não! Ele me mataria! Sendo assim, fui eu. Sozinha. Os meninos ficaram decepcionados com a ausência das turistas, mas a noite não terminaria ali.

De um lado a outro por Palerno Hollywood, não sabíamos onde ir. Os lugares estavam todos lotados, ou caros, ou vazios demais... Finalmente, entramos no Ink Buenos Aires. Dançamos a noite toda e nos divertimos muito. Mal sabia eu que aquela noite iria me marcar tanto...

Entre os amigos do Pablo, estava um mocinho, cujo nome não quero mencionar aqui, que se aproximou de mim insistentemente depois que entramos no “local bailable”. A princípio, não havia prestado muito a atenção nele, mas, aos poucos, com sua atitude de me tirar pra dançar e olhares diferentes, foi fazendo com que eu o notasse mais. Pediu meu telefone. Opa! O rapaz parecia estar interessado mesmo. Mas eu estava tentando sacar qual era a dele realmente. No dia seguinte, trocamos mensagens e acabamos nos encontrando e... tcharammmm! Surgiu o beijo.

Com encontros e desencontros durante uma época (pretendo contar isso aqui um dia), começamos a viver um período de paixonite aguda. Por motivos que não consegui engolir nunca (sempre penso nisso), para a minha surpresa, nosso relacionamento, que ainda estava engatinhando, teve um fim. Foi um baque para mim, que estava tão apaixonada. Achava que era a pessoa perfeita pra mim, pra namorar, pra passar o tempo, pra casar, ter filhos, ou apenas passear de mãos dadas pelo parque de Vicente López. Não deu certo, mas me marcou profundamente e traz sempre à minha memória, com uma certa mescla de tristeza e nostalgia, lembranças de uma linda Primavera em Buenos Aires.