segunda-feira, 4 de julho de 2011

Levando o bolo

Olá! Quanto tempo sem aparecer por aqui! Devo admitir que até senti um pouco de saudades desse espacinho cibernético...

Bom, voltando às minhas aventuras por terras portenhas, se há uma coisa que marcou minha passagem por Buenos Aires, foi, sem dúvida, os bolos que levei dos caras. Alguns inusitados e outros que eu até já esperava, mas que irritam do mesmo jeito.
São experiências com as quais aprendemos e vamos ficando mais espertas, não é verdade? Por isso, vou compartilhar aqui alguns desses momentos. Bom, se quero contar por ordem cronológica, devo arrancar com uma frustração que aconteceu aqui em São Paulo, antes mesmo de ter me mudado para a Argentina.

Conheci um rapaz argentino que tinha uma cara de cafajeste daqueles! Mas como a gente às vezes gosta de sofrer e parece aquelas mosquinhas que são atraídas catatonicamente em direção à luz, não resisti e combinei de me encontrar com o tal moçoilo, que eu havia conhecido em um encontro do Orkut, numa comunidade que congregava brasileiros e argentinos.

Combinamos em um bar perto da minha casa na época, que ficava no bairro do Itaim Bibi. Não preciso nem terminar de dizer que me arrumei toda, fiquei lá parada como uma trouxa e o cara não apareceu, né? O cara-de-pau me disse que não pôde ir. Só não conseguiu me explicar porque nem me avisou que não poderia ir e, para piorar, me deixou lá plantada. O mais extremo de tudo isso é que ele teve a capacidade de voltar a me procurar tempos depois pra me chamar pra sair, mas eu não caí na dele. Além disso, já estava prestes a me mudar para Buenos Aires. Estava seguindo a caminho de uma vida nova!

Em abril de 2006, me mudei com mala e cuia para a capital portenha e estava ávida por conhecer gente nova, fazer amizades. Além disso, tinha amigos que já viviam na cidade e poderiam ser minha base lá enquanto ia me adaptando. Um deles, o Marcelo Salvador (sempre preservo os personagens do blog, mas o dele eu faço questão de mostrar. Só pra deixar de ser mané) eu conheci através da internet. Ah, sempre a internet... Quando ainda morava aqui no Brasil, batíamos longos papos por Messenger e ele parecia ser um cara legal. Calma, essa não é a história da mulher ludibriada, que foi mandada para outro país como escrava sexual ou algo assim. Sou uma pessoa minimamente consciente a ponto de não me meter em enrascadas.

Enfim, uma vez que eu estava finalmente em Baires, combinamos de nos encontrarmos. Saímos para jantar e ele foi bem atencioso comigo. Na porta de casa, o Marcelo desligou o motor do carro esperando algo mais, acredito. Eu, por outro lado, dei um beijo em seu rosto, agradeci pelo jantar e entrei em casa. Bom, não preciso nem comentar que ele ficou decepcionado. Por certo acham que pelo fato de ser uma brasileira, vai rolar alguma coisa no primeiro encontro. Neste caso, uma ducha fria pra ele deve ter sido útil.

Logo depois disso comecei a namorar outro cara e passei alguns meses nessa condição, ou seja, não falei mais com o Marcelo. Bastante tempo depois, voltamos a manter contato. Ele despejou sobre mim todas as suas queixas sobre minha dureza com ele, mas não me afetou em nada. Fiz a coisa certa e, naquele momento, pude comprová-lo. Foi então que pediu que eu saísse com ele de novo. Pensei: por que não? Marcamos uma noite durante a semana. Fiz uma produção básica, mas sempre dá um pouco de trabalho... Sabe como é...

Ainda bem que desta vez eu estava em casa. Lógico que ele não apareceu! Eu liguei incessantemente no celular dele e nada. Aliás, estava desligado! A ira tomou conta de mim. Como o cara suplica uma chance, pede pelo amor de Deus para eu sair com ele e simplesmente não aparece? Bom, parecia que o Marcelo era uma dessas incoerências da vida. Acho que comecei aí a pratica de “deletar” as pessoas. Isto é, não fiz nada contra ele, só o bloqueei de todos os meios de comunicação que conhecia. Ele começou a me adicionar em todas as redes sociais possíveis e eu o ignorava, claro.

Um dia, não me lembro ao certo como, ele conseguiu entrar em contato comigo e chorou as pitangas, fez drama e me contou a maior lorota, dizendo que havia morado com uma namorada, que estava em processo de saída da sua cara e que, justo naquele dia, ela apareceu para buscar as coisas dela. Para não dizer que estava solteira só porque sou durona, depois de um período de incessantes súplicas do Marcelo, cedi.

Combinamos dele passar para me pegar em casa de novo. Desta vez, mais esperta, passei maquiagem etc, mas não coloquei a roupa com a qual iria sair. Só o faria no caso dele realmente aparecer. O que, pra variar, não aconteceu. Ou seja, dois tocos do mesmo homem! Esse fato me deixou enfurecida. Com ele e comigo mesma. Como pude ser tão idiota?

O mais irônico é que um belo dia, pelo menos dois anos depois, eu estava passeando com uma amiga brasileira pela loja Falabella, e eis que o vejo na fila do caixa... acompanhadooo!!! E com aliança de casado! Não me alterei, só achei uma situação ridícula. Então, o que fiz? Fui correndo pagar, claro! Ele me viu na fila atrás deles e ficou branco como um papel. E a minha cara? De sádica! (risos). Neste momento, me senti vingada.