A Santa Fe virou mão dupla, o andar 17 do edifício onde eu trabalhei dois anos está sendo redesenhado, um monte de gente se casando... Realmente, é o fim de um ciclo. O momento exato para começar a escrever minha história de novo, em outro lugar.
No entanto, o processo de ir embora e deixar o passado recente não é tão fácil como eu imaginava. A melancolia bate calada e tudo é motivo para se lembrar de algo, uma recordação de um bom momento. Pra se ter idéia do quanto estou sensível, hoje fechei a conta no banco e, quando o rapaz rompeu meu cartão, me deu uma dor no coração. Parece que cada medida que tomo para a mudança tem o efeito de um golpe. Neste instante, minha visão é do meu apartamento vazio e malas cheias num canto. Não pensava que seria assim, mas isso dói.
Os dias que antecedem minha partida de Buenos Aires estão cheios de lágrimas, despedidas e surpresas. Meus amigos do escritório elaboraram um lindo presente de despedida, que me emocionou. Cartinhas escritas por cada um, uma foto de todo o grupo e dim dim (eles sabiam que minhas malas estão cheias e não entraria nem um grão mais). Muito sábios!
Bom, não precisa nem dizer que, ao ver a foto, minhas lágrimas já começaram a rolar... Há pessoas que exerciam o papel de minha família aqui, com os quais eu passava horas e horas do meu dia, todos os dias. Compartimos risadas, choro, momentos de ira e de piadas. Ouso até dizer que vou sentir saudades das músicas do Cristián. Meu Deus, é grave o que acabei de escrever! Hahaha...
A última noite inclui fechar as malas, tirar todos meus objetos do apartamento e passar esses últimos momentos aqui sozinha com meus pensamentos. Mas há lugar para mais surpresas. Eis que ouço, às 23h30, meu interfone tocar. Quem poderia ser a essa hora? Era o mocinho que trabalha na sorveteria no terreo do meu prédio, que queria me presentear com ¼ de sorvete. Pode ser que eu seja muito manteiga derretida, mas essa atitude tocou meu coração profundamente. Senti-me querida e vi que os cumprimentos sempre que passava em frente à sorveteria, a simpatia e a amabilidade podem fazer diferença no dia-a-dia. O que pode significar um pote de sorvete ou uma cartinha? Para muitos, nada especial, mas pra mim resume esses quatro anos aqui em Buenos Aires.
Encaro esta despedida como a separação de um casal. Como dois amantes, há muitas coisas das quais me arrependo ou gostaria de ter feito de forma diferente e outras que vão deixar saudades. Buenos Aires é o amor que fica e se despede, enquanto eu sou o outro lado do casal, que faz as malas e vai tentar outra sorte, com uma história intensa na bagagem.
Adiós!
No entanto, o processo de ir embora e deixar o passado recente não é tão fácil como eu imaginava. A melancolia bate calada e tudo é motivo para se lembrar de algo, uma recordação de um bom momento. Pra se ter idéia do quanto estou sensível, hoje fechei a conta no banco e, quando o rapaz rompeu meu cartão, me deu uma dor no coração. Parece que cada medida que tomo para a mudança tem o efeito de um golpe. Neste instante, minha visão é do meu apartamento vazio e malas cheias num canto. Não pensava que seria assim, mas isso dói.
Os dias que antecedem minha partida de Buenos Aires estão cheios de lágrimas, despedidas e surpresas. Meus amigos do escritório elaboraram um lindo presente de despedida, que me emocionou. Cartinhas escritas por cada um, uma foto de todo o grupo e dim dim (eles sabiam que minhas malas estão cheias e não entraria nem um grão mais). Muito sábios!
Bom, não precisa nem dizer que, ao ver a foto, minhas lágrimas já começaram a rolar... Há pessoas que exerciam o papel de minha família aqui, com os quais eu passava horas e horas do meu dia, todos os dias. Compartimos risadas, choro, momentos de ira e de piadas. Ouso até dizer que vou sentir saudades das músicas do Cristián. Meu Deus, é grave o que acabei de escrever! Hahaha...
A última noite inclui fechar as malas, tirar todos meus objetos do apartamento e passar esses últimos momentos aqui sozinha com meus pensamentos. Mas há lugar para mais surpresas. Eis que ouço, às 23h30, meu interfone tocar. Quem poderia ser a essa hora? Era o mocinho que trabalha na sorveteria no terreo do meu prédio, que queria me presentear com ¼ de sorvete. Pode ser que eu seja muito manteiga derretida, mas essa atitude tocou meu coração profundamente. Senti-me querida e vi que os cumprimentos sempre que passava em frente à sorveteria, a simpatia e a amabilidade podem fazer diferença no dia-a-dia. O que pode significar um pote de sorvete ou uma cartinha? Para muitos, nada especial, mas pra mim resume esses quatro anos aqui em Buenos Aires.
Encaro esta despedida como a separação de um casal. Como dois amantes, há muitas coisas das quais me arrependo ou gostaria de ter feito de forma diferente e outras que vão deixar saudades. Buenos Aires é o amor que fica e se despede, enquanto eu sou o outro lado do casal, que faz as malas e vai tentar outra sorte, com uma história intensa na bagagem.
Adiós!