domingo, 31 de janeiro de 2010

Vale a pena arriscar?

Este fim de semana, por causa do calor infernal aqui em Buenos Aires, fui quase obrigada a ficar confinada em casa, com o ventilador na cara. Isso fez com que, por conseqüência, eu tenha encarado uma maratona na frente da televisão. Bom, até aí, nenhuma novidade. Mas, depois de tanto tempo em frente à TV, percebi uma coisa: Dá pra perder a conta da quantidade de séries cujo tema central é a vida de mulheres acima dos 40 anos.

Vamos convir comigo, falta criatividade aos canais hoje em dia, né? Uma série conta a história da mulher que tinha uma vida cheia de glamour, com um marido rico e de sucesso, filhos lindos e participava das melhores festas de Hollywood. Aqui essa série de People and Arts se chama “La Ex”. Outra é Accidentally Un Purpose, sobre um grupo de amigas com idade por volta dos 40, que andam todas juntas, ao estilo Sex and the City. E agora, reaparece Courtney Cox fazendo a personagem da mulher na idade da loba, que dá em cima de garotos que têm quase a idade de seu filho.

Será que não se dão conta de que essa fórmula está desgastada? Poxa, uma historinha, duas, tudo bem. Mas tantas? Pra quê? Será que estamos sofrendo agora as conseqüências do grande sucesso de Sex and the City nos 90? Sou uma fã assumida da Carrie e suas amigas, mas acho meio deprimente isso de colocar as mulheres de determinada idade todas no mesmo balaio. Isso faz com que, ao dizer que tenho 34 anos, pensem que estou desesperada para encontrar um marido e isso não é verdade! As mulheres de 30 e poucos, assim como de qualquer outra idade, querem um amor, não um marido simplesmente. Justamente, acontece que esse é muitas vezes o motivo de estarmos solteiras até o momento. Ninguém nunca pensou isso?

No final do ano passado um amigo, o Horácio, me emprestou o livro “Quero um amor para toda a vida”, que trata exatamente do que eu estava dizendo - encontrar um amor. Ali diz que é um erro isso de buscar uma pessoa só porque representa uma boa companhia ou um porto seguro. O autor do livro, Sergio Marquet, é enfático quando diz que temos que buscar alguém que nos faça sentir “enamorados” (apaixonados). Interpretei que o lance é não nos conformarmos com o que a vida nos dá, mas esperar sempre o melhor. Não estou dizendo pra buscar só os pretendentes com máster em Harvard ou então o galã da novela das oito, mas sim aquele que, pelo menos pra nós, é o melhor! Não sei, acho que a gente sente essas coisas, ainda que podemos nos enganar. É verdade.

Tenho uma amiga que teve um lindo casamento e achou que tinha encontrado o seu porto seguro, mas, infelizmente, o cara não era nada disso. Ele jogou sujo com ela. São ilusões e sonhos que se desfazem. Isso me faz refletir: E se deixamos de pensar em ter apenas um bom companheiro e sigamos buscando o grande amor de nossas vidas? Estamos nos arriscando muito? Pode ser. Mas percebi que nada está garantido nesse mundo. Muito menos quando o que está em jogo são os sentimentos.
Beijos e boa semana!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Desenvolvendo minha paciência

A espera... Meu Deus! Às vezes a espera pode ser incômoda e até mesmo cruel. Uma fila de banco ou um estado de meses e meses aguardando que alguma coisa aconteça.

Pode parecer irônico, mas esta semana fui ao escritório responsável por expedir a certidão de antecedentes penais, documento que preciso para terminar meu trâmite de residência aqui na Argentina, e, quando eu pensava que ia sair com o documento dalí, eis que me informam que eu teria deixar minhas digitais, esperar uma semana mais e voltar novamente. Quando me deram essa notícia, fui e me sentei numa cadeira no corredor. Enquanto aguardava que me chamassem pra “tocar piano”, senti um profundo desânimo.

Esse fato me preocupa porque minha residência argentina está para vencer nos próximos dias. O que mais me dá raiva é que mandei meus dados ao órgão responsável com uma semana de antecipação e achava que, quando fosse lá, seria só o trabalho de ir buscá-la. Mera ilusão... A tecnologia não estava tanto assim ao meu favor.

Por outro lado, estou há mais de três anos tramitando minha residência aqui na Argentina (hei, sempre estive de forma legal aqui, viu?) e só agora estou a ponto de tê-la definitivamente (primeiro te dão uma residência por dois anos, e só então te concedem outra definitiva). Duas vezes irônico, porque justo neste momento da minha vida, já não sei mais se quero realmente ficar aqui. Mesmo assim, vou continuar com o processo, afinal, lutei muito por isso e abrir mão agora seria injusto.

Bom, assim é a burocracia, assim é a vida. Podemos esperar um documento ou qualquer outra coisa, o que importa é o que fazemos com o tempo em que esperamos, não é mesmo?

Até a semana que vem!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Que seja melhor que 2009...

2010 já é uma realidade. Parece que a ficha custa pra cair. Este é o primeiro fim de semana depois da virada do ano e eu achei dentro de um caderno aqui em casa a lista de resoluções que eu fiz em 2008, a espera de 2009. Num súbito de masoquismo, comecei a somar as coisas que havia realizado e as que não. O resultado foi catastrófico! De 11 coisas que eu havia me proposto a fazer, coloquei em prática apenas duas... e olha que uma delas foi mais ou menos. E, se analiso bem mesmo, posso até dizer que cumpri uma e meia. Isso é deprimente.

Por isso mesmo que eu, em dezembro passado, me decidi por não fazer nenhuma lista de novas resoluções visando 2010. Não que eu não tenha projetos, longe disso. Na realidade, minha cabecinha já fervilha com muitas coisas. Mas dessa vez, quero, em lugar de escrevê-las somente, acima de tudo, colocá-las em prática. Todos os anos prometo a mim mesma que vou escrever mais vezes aqui no blog, mas a falta de tempo e, sobretudo, a preguiça me proíbem.

Esse ano não vou prometer nada. Quem sabe assim eu começo a cumprir, né? Minha primeira semana de 2010 começou punk no trabalho. E eu que pensava que em janeiro ia ser tranqüilo... A cidade está quase vazia. Aqui em Buenos Aires, todo mundo sai de férias, os que podem, em janeiro ou fevereiro. Até algumas lojas fecham. Os donos colocam uma plaquinha dizendo “vacaciones” e dão no pé. Acho que vão todos pra Costa Atlântica daqui, fugindo do calor de quase 40°C e da umidade relativa do ar de quase 100%.

Em dezembro, tirei uma semana de férias para poder ir visitar minha família no Natal. Agora não tenho mais direito a dias livres. É isso mesmo, aqui são só 15 dias de férias por ano (na verdade, a conta se faz assim: a cada 20 dias trabalhados, um dia de férias, o que termina sendo 15 se contamos com o fim de semana). Eu acho pouquíssimo. E para mim, que tenho família em outro país, não dá pra nada! Tiro uma semana pra passar o Natal com meu pessoal no Brasil e no meio do ano vou visitar a mamãe de novo. Pronto, já se terminaram minhas loooongas férias. Logo, isso quer dizer que não tenho tempo disponível pra viajar a nenhum lugar. É muito desmotivador! A pessoa só passa a ter 21 dias, depois de cinco anos na mesma empresa. Esqueçam!

Bom, vou deixar de reclamar, né? Tem que começar o ano com todo pique.